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terça-feira, 30 de abril de 2013

LIPAUGUS VOCIFERANS


Neste sábado dia 27 de abril tive uma grande emoção: fiquei conhecendo e registrei  o famoso Cri-Cri-ó, que vem a ser  o Lipaugus vociferans. O local da apresentação foi a Reserva Natural da Vale, em Linhares, estado do Espirito Santo.



Ele é modesto na plumagem, um cinza apagado mas tem um comportamento muito curioso e interessante! Sua  voz é fortíssima e ouvida a longa distância. Já foi chamada de "A voz da Amazônia" tal sua força. Essa ave extra ordinária habita a floresta amazônica mas também tem uma população remanesceste na mata atlântica. Essa população da Mata Atlântica ficou restrita às matas de tabuleiro, o conjunto de matas da baixada existente desde o Rio Doce até o Sul da Bahia e também em matas remanescentes no nordeste como p.ex. em Murici- Alagoas. 

O curioso do Cri-cri-ó é seu comportamento. A ave tem o hábito de viver em grupos na floresta, não muito longe um do outro. Concentram-se nesses locais e parecem ser territoriais. Ocorre que ele se incomoda com barulho na mata! Para provoca-los, batíamos "palmas" dentro da mata e os cri-criós respondiam de todos os recantos com um coro forte e bonito. Gravei esse momento mágico e convido a ouvir o áudio, depositado no site Wiki-Aves:

http://www.wikiaves.com.br/946518&p=1&tm=s&t=u&u=2183

Dentro da mata alta, com muita sombra e reflexos de sol que entravam, não consegui fazer fotos boas.
O ambiente em que vive o Lipaugus, o interior penumbroso da mata, a pouca altura, uns 5-10 metros, ou seja abaixo da copa:


Esse foi um de meus registros mais esperados. Trata-se de um cotinga e como tal, naturalmente importante! E com seu comportamento caracteristico  tornou seu registro encantador!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

AVES MARINHAS EM VITÓRIA

Vitória tem se tornado um ponto importante na visitação e encontro de aves marinhas. São bandos de trinta réis, gaivotões e outras aves  que encantam e deixam a capital do ES muito mais bonita. Claro  que para vermos essas aves  devemos procura-las próximas ao mar. Seja nos pieres, nas praias ou nas pedras que circundam o canal da baía de Vitória podemos observa-las freqüentemente.:


A batuíra-de- bando  Charadrius semipalmatus pode ser encontrada com facilidade. Geralmente é comum nas pedras que circundam a ilha do Boi.




Até pouco tempo atrás era difícil se ver um gaivotão Larus dominicanus em Vitória. Temos notado que essa espécie está se tornando frequente e até comum no canal e na baía de Vitória. Já vimos um bando de 6 indivíduos e recentemente em nossas visitas à Ilha do Boi, registramos a ave todos os dias. Chegando mesmo a pousar nas pedras em busca de alimento junto com os piru-pirus.



O gracioso maçarico-pintado Actitis macularius é figurinha fácil nas pedras da ilha do Boi e do mangue da Ufes.

O belíssimo Trinta-réis real Thalasseus maximus é frequente sobrevoando a baia.


Um visitante ilustre, o Maçarico-de-sobre-branco Calidris fuscicollis, de passagem por VIX.


O Trinta-réis de bico vermelho Sterna hirundinacea talvez  seja o trinta-réis mais comum na cidade!


O Trinta-réis de bico amarelo  ou de bando Thalasseus acuflavidus  também é frequente na baía de Vitória.

A águia-pesqueira Pandion haliaetus aparece com frequência em Vitória, mais no verão.

Outras aves marinhas ocorrem em abundancia em Vitória, como o vira pedras  Arenaria interprens e o Piru-piru Haematopus palliatus. Oportunamente postaremos fotos dessas aves.


Um grande abraço a nossos amigos que nos visitam!!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

"CAÇANDO" OS ARAPAÇUS DENTRO DA MATA!

Quando vamos fotografar aves  é comum é "fotografo-caçador"  tirar  50-100 fotos para aproveitar uma ou duas! Mas, em uma atividade tão interessante e ao mesmo tempo tão absorvente e bonita como essa, isso acaba nos frustrando. E por quê? por que, depois, sempre temos de escolher uma  ou outra foto para publicar ou mostrar aos amigos. E o que ocorre é que muitas fotos, flagrantes da "caçada" para se obter o melhor angulo, a foto mais perfeita, acabam sendo esquecidas. E justamente essas fotos dão uma idéia do quão eletrizante, "adrenalizante" é essa procura! È, de fato, muito emocionante adentrar nossas matas nessa aventura. A seguir, procuro dar uma pálida idéia dessa emoção postando algumas fotos da sensacional caçada que foi  a procura desses arapaçus na Serra do Limoeiro em Itarana:



O Arapaçu-de-bico torto, no momento em que começava a "subir"  o tronco da árvore.



O Arapaçu-de-garganta branca, desconfiado ao ouvir sua voz do gravador. Esboçando posição de fuga.


Aqui, ele já tinha voado para uma ave próxima mas o fotografo, incansável chegou perto. Então, albicollis, começou a vocalizar como que respondendo a voz do gravador.Ainda tive tempo de gravar sua voz. Quem quiser ouvir  o áudio, está no endereço abaixo do  Wiki-Aves:
http://www.wikiaves.com.br/930215&p=1&tm=s&t=u&u=2183


Na agitação da mata, com muitas aves vocalizando, bandos mistos e além disso um birder intruso próximo deles, notei que apareceu outro arapaçu grande, de bom tamanho. Fiquei alerta pois sabia que podia ser o  Dendrocolaptes. E era ele mesmo. Nessa foto acima, vi o perfil de meu amigo. Reparem no bico escuro, forte e quase reto se comparado com o bico do albicollis.




Ele demonstrou ser mais arisco que o arapaçu de garganta branca! Mas num descuido cheguei quase debaixo e tirei essa foto ai encima. E pude confirmar: é ele mesmo! Diferente do arapaçu-liso que é menor e não tem essas estrias no corpo.

Termino  por aqui essas fotos "mateiras" dessas aves exraordinárias!; 

terça-feira, 9 de abril de 2013

ARAPAÇUS

Família tipica da região neotropical, esses passeriformes são constantemente confundidos com os pica-paus. Isso devido sua capacidade de escalar os troncos das árvores em busca de insetos de que se alimentam. A diferença dos pica-paus e que entre outras coisas, possuem o bico mole, que não serve para perfurar a madeira e, também, as penas das retrizes são duras para segurar o apoio nos troncos quando das escaladas. Geralmente são aves que habitam o interior da mata. Porém existem espécies campestres como  o arapaçu do cerrado, que ainda não foi registrado aqui no ES. Mesmo sendo ave campestre, esse arapaçu de cerrado já foi registrado até mesmo no litoral do RJ, na cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de família muito interessante. Aqui no ES, nossos arapaçus são todos do interior da mata. Recentemente tivemos a sorte e alegria de registrar  os maiores, no lugar de mata denominada Serra do Limoeiro em Itarana.


O Arapaçu-de-bico-torto Campylorhamphus falcularius é ave extra ordinária e de bom tamanho. Comumente mede 24-25 cms. de comprimento. Como os demais é insetívoro e apresenta essa particularidade do bico curvo o que lhe dá certas vantagens ao buscar alimento em buracos das árvores.



Esse aí de cima é o nosso maior arapaçu. Mede cerca de 30 cms.Trata-se de Xiphocolaptes albicollis,o arapaçu de garganta branca; Não é ave rara, pode ser vista comumente em locais de matas bem preservadas e de maiores extensões. Obsevem na foto acima, as raques das retrizes, duras, que servem para o apoio no tronco.



O Arapaçu grande, Dendrocolaptes platyrostris também é ave de bom tamanho.Cerca de 26-27 cms. É mais discreto que o anterior, fazendo menos confusão e algazarra quanto procura alimento nas árvores. Habita os mesmos locais que os anteriores, locais de mata razoavelmente bem preservada.

Esses três arapaçus, os maiores da família aqui no ES, foram fotografados na mesma mata situada na serra do Limoeiro em Itarana o que demonstra que a floresta em questão é boa para essas aves.Nesse sentido podemos atentar para as exigências ecológicas dos mesmos. Trata-se de mata remanescente com muitas árvores originais da mata primária. Isto é fundamental para atender suas exigências: a existência de árvores velhas, carcomidas e cheias de cupins, formigas e outros insetos. Essas iguarias são procuradas pelos arapaçus que aí encontram comida em abundancia e de boa qualidade. Além disso, essas matas, contendo árvores velhas e muitas de grande altura, propiciam abrigos e esconderijos para colocar seus ninhos. Essas condições, juntas são muito importantes para a existência desses arapaçus. Mesmo que a mata em questão não seja muito grande.

NOVO REGISTRO : CALIDRIS FUSCICOLLIS.

Recentemente tivemos a sorte de fazer novos registros inéditos. Isto é, novos lifers. Passamos a seguir a comentar um dos últimos lifers. Trata-se do maçarico de sobre branco, visto por vários dias nas pedras que compõem o conjunto residencial da Ilha do Boi nesta capital. A ave, viajante de longo curso, ao que parece estava se utilizando daquelas estruturas para uma pausa em sua viagem de volta.


O maçarico-de-sobre branco Calidris fuscicollis é ave migratória  que passa o verão e primavera nas tundas articas do Canadá  onde procria. Depois, no inverno, desce para climas mais quentes. Foi já na viagem de olta que pudemos fotografar essa  bela ave:



Outra foto desse belissimo e interessante maçarico:


Foi apenas a 2. vez  que esse maçarico foi registrado aqui no ES, o que dá uma boa idéia de sua raridade e importância.