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sábado, 15 de julho de 2017

EXCURSÃO: Parque Estadual PC Vinha, Guarapari, ES.

O Parque Estadual Paulo César Vinha é uma área de 1.500 hectares,situada no município de Guarapari, Estado do Esp. Santo, Brasil. Seu formato é retangular, fazendo limite a leste com o oceano Atlântico  e a oeste a Rodovia do Sol, rodovia asfaltada que liga o balneário de Guarapari a Vitória capital do Estado.


Imagem: http://blog.jamalup.com.br/destination/guarapari-es/
O Parque situa-se na baixada litorânea, com vegetação de restinga. Em pequenos trechos essa vegetação alcança maior altura, com as árvores chegando a 15 m. Nessa foto, pode-se ver ao fundo as primeiras elevações da cadeia montanhosa que se estende paralela ao mar, do Rio Grande do Sul até a Bahia. Nessas encostas, a vegetação predominante passa a ser a floresta conhecida  como  Mata Atlântica.

Olhando para a Rodovia do Sol, o tempo estava bastante encoberto, tendo chovido bastante na região. Atenção para as primeiras montanhas do planalto.











Juntamente com os colegas Ademir Carletti, Evandro Limonge e Alexandre Carvalho, nos dirigimos cedo para o PEPCV para realizar mais uma passarinhada de observação de aves. O Parque é muito bonito e é habitado por aves igualmente lindíssimas como o Tiê-sangue Ramphocelus bresilius, mais conhecido pelo nome em inglês Brazilian tanager! Outras aves incríveis que habitam ou passeiam pelo parque: a Araponga Procnias nudicollis, a Saíra sapucaia Tangara peruviana. Algumas, inclusive, constantes da lista oficial de espécies ameaçadas como o Apuim de costas pretas Touit melanonotus.

Algumas paisagens do parque:


Flores silvestres comuns no parque. Observamos o pequeno beija-flor Rabo branco rubro, Phaetornis ruber  adejando essas flores mas não conseguimos fotografa-lo.















Os frutinhos da aroeira vermelha Shinus terebinthifolius foram muito procurados por várias aves. Essa árvore é muito comum no parque.










A saira sapucaia, aqui o macho, Tangara peruviana, mostrou ser comum no parque. Mas somente nessa época. A ave é pequena migratória e não sabemos para onde se dirige após abandonar a região e voltar no ano seguinte.













A fêmea de Tangara peruviana alimentando-se das frutinhas da aroeira, Shinus.














A saira cambada de Chaves, Tangara brasiliensis é comum no parque, onde observamos também a Saira amarela, Tangara cayana, que, entretanto, não conseguimos fotografar.










O parque tem muitas áreas úmidas e como tem chovido bastante, essas áreas estão bastante alagadas, afastando a seca que durou pelo menos quatro anos na região.


















Pantano tomado pela vegetação conhecida como a Taboa, Tipha dominguensis típica de áreas alagadas ou inundadas.

























Fezes de capivaras Hidrochoerus hydrochaeris, o maior roedor do mundo e que é comum, até abundante no parque devido à grande quantidade de áreas alagadas.








Estamos muito preocupados com nossos macacos!

Com o grande surto de Febre amarela que tivemos no ultimo verão, grande parte dos macacos morreram atingidos por essa epizootia. ´Principalmente os bugios Alouatta  guariba.

Mas, infelizmente outras espécies como esse sauim ao lado, conhecido como sagui ou sauim de cara branca, o Callithrix geoffroyi também foram atingidos pela FA.

Esse aí foi o único que conseguimos ver e fotografar e notamos uma certa melancolia na cara do bichinho!





 Sabiá-da-praia Mimus gilvus é comum no parque. Exímio cantor, gosta de se empoleirar alto e entoar seu canto melodioso.

O  Pia-cobra Geothlypis aequinoctialis gosta de baixadas alagadas onde se abriga nos capinzais.













A Pomba-galega, Patagioenas cayennensis gosta de baixadas quentes. No parque tem uma boa população dessas pombas que é um dos maiores columbídeos do Brasil.

















Fomos surpreendidos por esse grande Pato do mato Cairina moschata que levantou voo de uma das pequenas lagoas próximas a trilha principal. Destaque que esse pato foi muito visado por caçadores mas conseguiu escapar da extinção pois é bastante prolifico.

Lembrando que esse pato foi a unica ave, rigorosamente falando, a ser domesticada pelos indios em nosso país.






Outra ave linda e muito comum no parque, o Saí-andorinha, Tersina viridis, aqui uma fêmea se alimentando em uma das muitas fruteiras nativas.














O Gavião caracoleiro, não é uma ave rara, mas também não se pode dizer que seja comum. Esse gavião se alimenta de caracóis silvestres.


















uma fêmea do Saí-azul Dacnis cayana. Ave comum e que se alimenta de frutos e néctar de flores como os beija flores.

















A Guaracava-de-barriga-amarela, Elaenia flavogaster é ave bastante comum e que encanta a todos com sua vocalização bem característica, que alguns interpretam como: "Maria é dia... é dia...é dia"




















O Sanhaçu do coqueiro, Tangara palmarum é ave muito comum e frequente em nossos pomares onde se alimenta de frutas.

Tem o curioso hábito de ficar boa parte de seu tempo empoleirado em palmeiras onde canta bastante e dai veio o seu nome popular.









O Gavião acauâ, Herpethotheres cachinnans  foi visto em comportamento de caça, espreitando presas em local alagado.

A crença popular diz que é uma ave de mal-agouro! Sua voz é prenuncio de que uma morte deverá acontecer onde ele canta!








O Canário-do-campo, Emberizoides herbicola é uma ave rabilonga que habita capinzais e descampados, onde costuma entoar um canto melodioso e suave.













Próximo ao Canario do Campo, encontramos esse Caboclinho, Sporophila bouvreuil. 


Trata-se de pequena ave granivora que se alimenta das gramíneas silvestres nativas e é considerado um bom cantor, e por essa razão, muitas vezes acaba aprisionado em gaiolas. Hábito que percebemos estar diminuindo, felizmente.











A Juruviara Vireo chivi é um vireonídeo, ave que se alimenta principalmente de insetos, apreciando muito lagartas que apanha nas folhas de árvores não muito altas de capoeiras e qualquer outros tipos de mata e beira de mata.











Ao final da excursão, as chuvas deram uma trégua e o sol apareceu!!

Com a temperatura aumentando, alguns gaviões saíram de seus poleiros e começaram a circular no ar!

Um deles foi o Gavião caracoleiro, que já tínhamos fotografado pousada ( 18ª foto desse post). Nessa foto ao lado, esse mesmo individuo começou a circular graciosamente.




Foi nesse momento que registramos o espetacular Gavião Pega-macaco Spizaetus tyrannus. Primeiro registro para o Parque Estadual Paulo Vinhas, área de mata de restinga e alagados, que comentamos na nossa postagem anterior deste blog.

Foi um registro espetacular e surpreendente que traduz  bem a MAGIA DA OBSERVAÇÃO DE AVES!!!

Muito  obrigado pessoal!

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